Mecanismos de controle da inflação devem ser dosados, diz Raupp

O senador também afirmou que o Brasil corre risco de desindustrialização


Em pronunciamento nesta segunda-feira (5), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que é preciso saber dosar o uso dos mecanismos geralmente empregados no controle da inflação, como o depósito compulsório dos bancos e o controle da taxa de juros, como forma de assegurar ao mesmo tempo o crescimento do país e a neutralização de seus possíveis traumas, como o aumento de preços.
Valdir Raupp disse confiar na tendência de queda de juros, mas observou que a taxa Selic em 12% ao ano – mesmo após a sua redução em 0,5 ponto percentual pelo Banco Central – ainda é muito alta, o que prejudica a economia de um país que espera ter crescimento forte.

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Economia chinesa cresce 9,7% no primeiro trimestre de 2011

O Produto Interno Bruto da China alcançou 9,63 trilhões de yuans (US$ 1,67 trilhão) no primeiro trimestre deste ano, alta de 9,7% com relação ao mesmo período de 2010, informou nesta sexta-feira o Bureau Nacional de Estatísticas.

O crescimento se manteve praticamente no mesmo nível do trimestre anterior, quando foi de 9,8%. Em 2010, o PIB chinês avançou 10,3%, tornando a China a segunda maior economia do planeta, à frente do Japão.

O Governo chinês fixou como objetivo para este ano crescer cerca de 8%, enquanto enfrenta desafios como a crescente inflação e a persistente bolha imobiliária.

No primeiro trimestre de 2011, a produção industrial avançou 14,4%, enquanto o investimento em ativos fixos ascendeu a 3,94 trilhões de yuans (US$ 603,3 bilhões), uma alta de 25% na comparação anualizada.

As vendas a varejo, principal indicador do consumo, chegaram a 4,29 trilhões de yuans (US$ 656,9 bilhões), alta de 16,3% com relação ao primeiro trimestre de 2010.

Por outro lado, o país, o maior exportador mundial, teve déficit comercial de US$ 1 bilhão entre janeiro e março deste ano.

As exportações chinesas cresceram 26,5%, a US$ 399,6 bilhões, frente à alta de 32,6% das importações, que somaram US$ 400,7 bilhões.

INFLAÇÃO

A inflação na China, cujos altos índices preocupam o governo, chegou a 5,4% em março, 0,5 ponto percentual acima do registrado nos meses de janeiro e fevereiro.

Nos dados relativos a todo o primeiro trimestre, os preços na China subiram 5%, acima dos 4% fixados como teto pelo governo chinês para 2011 (no ano passado foi de 3,3%).

Em termos trimestrais, houve aumento de até 11% nos preços dos alimentos, enquanto a moradia, ainda em uma bolha especulativa apesar das medidas de “esfriamento” de Pequim, teve alta de 6,5% em seus preços.

Pequim teme que rápidas altas de preços gerem instabilidade social, assim como ocorreu na década de 80, quando a inflação superou 10% em algumas ocasiões e foi um dos fatores que levaram aos protestos de Praça da Paz Celestial.

Para conter a alta dos preços, o Banco Popular da China (banco central chinês) subiu as taxas de juros em duas ocasiões em 2011, fazendo o mesmo com o depósito compulsório dos bancos em três vezes diferentes.

Pouco antes da divulgação dos números da inflação relativos a março, a instituição realizou operações para retirar do mercado monetário nacional 83 bilhões de yuans em liquidez (US$ 12,7 bilhões).

RESERVAS CAMBIAIS

As reservas internacionais da China atingiram a marca de US$ 3 trilhões, como resultado das ações para manter a cotação do yuan desvalorizado.

As reservas chinesas, as mais altas do mundo, cresceram 24,4% nos 12 meses até março, informou nesta quinta-feira o Banco Central chinês.

O acúmulo de reservas são o resultado das compras de dólares e outras moedas estrangeiras feitas pelo governo chinês no mercado cambial para garantir que a moeda local se mantenha desvalorizada

A desvalorização do yuan aumenta a competitividade das exportações chinesas no mundo, uma vez que os produtos ficam mais baratos em dólares.

Por causa dessa ação para segurara a cotação da moeda, a China sofre pressão dos Estados Unidos e das economias avançadas para que abandone o controle cambial.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentaram nesta semana a pressão sobre Pequim para que reduza o controle sobre a moeda.

O aumento da reserva internacional da China também é um fator de pressão nas relações entre a China e os Estados Unidos porque o gigante asiático aplica o dinheiro em títulos do Tesouro americano, se tornando o maior financiador do deficit público dos Estados Unidos.